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12/02/2013

- NRF: importantes debates com grandes personalidades

Players, como a Coca Cola e a Amazon, falam sobre suas estratégias mundiais A grande convenção de varejo dos Estados Unidos, organizada e promovida pela National Retail Federation (NRF) que acontece até quarta-feira (16), vem mostrando aos mais de 27 mil participantes tendências de consumo, tecnologia, gestão financeira, gestão de pessoas, marketing e design de lojas, entre outros importantes temas para o dia a dia varejo. Além de supermercadistas, varejistas, acadêmicos, e executivos de empresas mundialmente conhecidas, já passaram pelo evento grandes personalidades como o ex- secretário da ONU, Kofi Annan, e CEOs de empresas líderes no varejo, como o presidente da Crocs, John McCarvel, o fundador da Amazon, Jeffrey Bezos, ambos premiados pela Federação Nacional do Varejo dos Estados Unidos, além de outros importantes executivos do setor como Walter Robb, da Whole Foods, Howard Schultz, da Starbucks. Responsabilidade do varejo em combater a pobreza O ex-secretário geral da ONU e Prêmio Nobel da Paz, em 2001, Kofi Annan, falou das dificuldades de articular e conciliar interesses dos diversos governos e regime em todo o mundo em nome da paz. Para Annan essa tarefa pode se tornar mais fácil com o apoio e a força da iniciativa privada, que em última instância, deve ser a maior interessada no assunto. "As pequenas empresas fazem um trabalho importante, diminuindo o desemprego e fortalecendo as comunidades locais", disse. "Governos de todo o mundo devem criar incentivos para esse tipo de negócio." Sobre o varejo, afirmou que é responsabilidade dos donos das companhias trabalhar junto com os políticos para combater a pobreza em seus países. "Eles têm um poder de influência muito forte e não devem desperdiçá-lo. Quando há paz, há prosperidade econômica", disse Annan. (No Brasil, o setor supermercadista, coordenado pela Abras, já segue esta tendência e participa das ações do Plano Brasil sem Miséria.) Annan falou também sobe as dificuldades na Síria e os conflitos sem resolução em diversas partes do mundo. Ele Sinalizou que a crise econômica europeia está no fim e comemorou o crescimento acelerado dos países emergentes. "Nações como China e Brasil já deveriam ter sido chamadas para ocupar postos no Conselho de Segurança da ONU", disse. Participação ativa do varejo no processo político Howard Schultz, da Starbucks, participante de um dos mais de 60 painéis que irão acontecer durante o evento, criticou a política econômica do atual governo norte-americano e a frágil situação em que encontra a economia do país. "O desafio de ser exitoso está mais fora das quatro paredes de nossas lojas do que dentro das quatro paredes de nossos negócios", afirmou. Schultz falou ainda sobre a passividade do cidadão americano diante da falta de gerenciamento das questões econômicas, e fez um chamado aos líderes de negócio de todo o país que colocassem pressão em Washington, destacando a necessidade de participação mais ativa dos empresários do varejo no processo político. Atenção é moeda de troca entre pessoas e empresas Ao longo da programação do evento, que reúne participantes de mais de 70 países, passaram autores de importantes publicações do varejo, como Liz Crawford, autora do livro "The Shopper Economy", que falou sobre a relação consumidor/empresa. "Hoje, devido a sua escassez, a "atenção" tornou-se um dos maiores valores e moeda de troca que as pessoas podem ter com as empresas. E que estas, por sua vez, deveriam concentrar seus esforços em valorizar essa atenção, enriquecê-la de forma que evolua para "participação", "advocacy", chegando finalmente a um verdadeiro "comprometimento" com a empresa/marca. Convergência Lori Schafer, executive advisor da SAS Institute, explicou em sua apresentação como grandes empresas do setor de tecnologia, como Google, Amazon, Apple, Facebook e E-Bay - estão moldando nossa experiência de comércio via-mobile. Lori demonstrou como essas gigantes (e milhares de empresas satélites) estão em absoluta convergência de negócios, e como, juntas, são as maiores responsáveis pela expansão e evolução da experiência de compra via mobile que o consumidor norte-americano está vivenciando nos últimos anos. Além de palestras sobre tecnologia cerca de 500 expositores ocupam uma área equivalente a cinco campos de futebol para expor novas tecnologias aplicadas ao varejo e ao e-commerce. Valor compartilhado: Coca-Cola criando história Quando se trata de marcas icônicas, a Coca-Cola é um dos mais reconhecidos no mundo. Coca-Cola não é apenas uma bebida, é uma experiência. E o mais importante, é um que é compartilhado por bilhões de pessoas ao redor do mundo, disseram os executivos da empresa durante apresentação na NRF. Melvin Landis, diretor de vendas de varejo da Coca-Cola Refreshments e Lewis Alison, vice-presidente sênior de Marketing da Coca-Cola Company América do Norte, mostraram estratégias da marca para encontar novas formas de trabalhar com os varejistas que querem "aproveitar um pouco de felicidade em seus negócios". Lewis destacou que as regras mudaram com o consumidor que está sempre conectado. "Nós temos que primeiro perceber que estamos em um mundo onde os comerciantes não possuem a marca e sim o mercado", disse Lewis. Então ao invés de tentar controlar todas as mensagens, a Coca-Cola se concentra em criar histórias interessantes que se espalham por conta própria. A ideia da empresa é integrar todos os stakeholders em uma expressão única do branding, sempre com ênfase na associação emocional que as pessoas têm com a marca Coca-Cola.