Visão de dono: mercado quer profissional que
enxergue a empresa como se fosse sua, diz especialista
Você pode até ser brilhante do ponto de vista técnico, mas nada garante o seu sucesso se o seu comportamento não contribuir.
As chamadas “soft skills” -
habilidades ligadas à inteligência emocional e à disposição
psicológica para o trabalho - povoam as descrições de pré-requisitos para vagas
em qualquer área, e não saem da boca dos recrutadores.
O motivo, segundo Ricardo Haag,
gerente executivo da Page Personnel, tem a ver com o cenário econômico mundial,
e o consequente aumento das exigências por produtividade.
“Desde a crise de 2008, a capacidade
de lidar emocionalmente com a pressão começou a ser uma questão de
sobrevivência nas empresas”, explica. “Em equipes enxutas e com cobrança
intensa por resultados, o profissional precisa se relacionar bem e ser capaz de
se automotivar para o trabalho”.
Segundo Daniela Ribeiro, gerente da
Robert Half, tais habilidades são importantes mesmo para profissionais com
perfil mais técnico, como engenheiros. “O peso do comportamento só cresce, nem
que seja como critério de desempate”, afirma.
Não por acaso, testes de
personalidade são um recurso cada vez mais usado em processos seletivos. É o
que diz Emanuelle Arsuffi, psicóloga do departamento de pesquisa da Vetor
Editora. “As empresas estão bastante preocupadas em descobrir se o candidato
tem atitudes e valores compatíveis aos seus”, explica.
As posturas que mais se destacam
Para Haag, a habilidade comportamental que o mercado mais procura, em qualquer área, é o equilíbrio emocional. “Os ambientes corporativos andam tensos, e exigem do profissional muito jogo de cintura para estabelecer bons relacionamentos”, diz o gerente da Page Personnel.
Para Haag, a habilidade comportamental que o mercado mais procura, em qualquer área, é o equilíbrio emocional. “Os ambientes corporativos andam tensos, e exigem do profissional muito jogo de cintura para estabelecer bons relacionamentos”, diz o gerente da Page Personnel.
Pela mesma razão, pessoas resilientes
fazem brilhar os olhos dos empregadores. “São aqueles capazes de impedir que o
seu desempenho oscile quando o ambiente não vai bem”, afirma ele.
Outra competência valorizada é a
chamada “visão de dono”, ou seja, a postura de assumir o trabalho como se a
empresa fosse sua. “Isso implica não renunciar a uma tarefa importante só
porque ela não está na sua ‘’job description’, por exemplo”, diz Daniela.
Haag diz que também levam vantagem os
insatisfeitos crônicos. “São pessoas que nunca acham que a situação está
suficientemente boa”, explica ele. “O detalhe é que, em vez de reclamarem, elas
usam esse olhar crítico para produzir mais e inovar”, explica.
Fonte: Exame.com