Demissões: delegar responsabilidades e promover o
desenvolvimento por ser a chave para evitar o problema
Empresas e suas
equipes de RH podem ficar em alerta: 79,17% dos profissionais
consideram mudar de emprego no ano que vem. É o que aponta
uma pesquisa realizada pela consultoria Hays e o Insper.
O estudo ouviu mais de 8.500 pessoas
em todo o Brasil. Apesar do alto índice de dispostos a se lançar no mercado, a
maioria deles (59,29%) ainda não iniciou suas buscas, o que significa que ainda
dá tempo de convencê-los a ficar.
Para essa tarefa, investir em
programas de aperfeiçoamento e delegar maiores responsabilidades parece ser uma
boa alternativa. Entre os motivos que fariam os entrevistados deixarem o posto
atual, o principal são as perspectivas de desenvolvimento pessoal e
profissional, justificativa dada por 35,30% deles.
Em seguida, aparecem a remuneração
(22,1%) e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho (12,9%).
Porém, na hora de contratar, diante
de um candidato ideal, mas com expectativa salarial muito elevada, a estratégia
mais usada pelas companhias (37,7% delas) é compensar a remuneração com
benefícios. Outras 36,26% desistem do profissional e só 26,6% fazem uma
proposta de acordo com o pretendido.
Um possível reflexo disso é que
metade dos pesquisados acha que está ganhando menos do que deveria. No ano
passado, na mesma pesquisa, o percentual encontrado era de 44%.
Além disso, 58% deles não receberam
aumento de salário no decorrer deste ano.
"Talvez essa compensação por
benefícios não esteja sendo sentida da mesma forma pelos profissionais",
disse Regina Madalozzo, coautora do estudo, em evento de divulgação do
material, na quinta-feira (13).
Vantagens
Apesar disso, as vantagens paralelas
ao salário são bastante valorizadas tanto pelos trabalhadores quanto pelos
empregadores, segundo a pesquisa.
Noventa e sete por cento das
corporações oferecem benefícios às suas equipes e 97,94% os consideram uma
ferramenta muito importante para o recrutamento e a retenção de profissionais.
Do outro lado, 96% dos funcionários
acreditam que os benefícios ajudam a manter um colaborador em uma empresa e 97%
consideram esses recursos nas propostas de trabalho que recebem.
Entre esses benefícios, a remuneração
variável chama a atenção. Em 64,64% das companhias ouvidas ela é ofertada à
maioria dos funcionários. Em metade delas, os bônus variam de 11% a 25% dos
pagamentos totais.
Na mesma linha, a maior parte dos
trabalhadores ouvidos (56%) disse receber remuneração variável. Os homens,
entretanto, têm mais acesso a esse benefício do que as mulheres (69% contra
48%, respectivamente).
"Para incentivar a diversidade,
é interessante prestar atenção na distribuição de remuneração variável por
gênero", alertou a pesquisadora.
Um outro ponto de desencontro entre
empresas e funcionários é em relação ao coaching. Apesar de mais da metade
(62%) das companhias afirmarem que oferecem o benefício às suas equipes,
somente 28% dos profissionais dizem saber da existência desses programas onde
trabalham.
Para Regina, a falha pode ocorrer na
comunicação. "Como o coaching é focado em grupos, quem não participa,
muitas vezes não enxerga", diz.
Entre aqueles que sabem que o
benefício existe, 57% já receberam esse tipo de orientação. O índice, porém,
ainda é maior entre os homens do que entre as mulheres.
Cenário
De acordo com o estudo, Só 25,61% das
empresas tiveram que congelar salários este ano e quase metade (48%) tiveram
que demitir.
Para 2015, a expectativa da maioria é
de aumentar o quadro de funcionários, principalmente para cargos técnicos ou de
média gerência (73%).
Fonte: Exame.com