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26/04/2014

Cresce suspeita de caso atípico de 'vaca louca' Por Redação SM - 25/04/2014

O Ministério da Agricultura confirmou ontem (24/4) que suspeita que o bovino sacrificado no mês passado em Mato Grosso sofria da forma atípica do mal da "vaca louca" (a Encefalopatia Espongiforme Bovina, ou EEB).



Em comunicado divulgado ontem, o ministério ressaltou que a confirmação do caso atípico da doença só poderá ser feita após a divulgação dos resultados de exames adicionais que serão realizados no laboratório de referência de Waybrige, no Reino Unido. O ministério não informou quando os resultados desses exames sairão.




De acordo com a Pasta, o animal sacrificado tinha 12 anos de idade. O bovino foi enviado para o abate no último dia 19 de março de 2014. Na ocasião, conforme informou o ministério no comunicado, o animal ainda não apresentava sintomas de "distúrbios neurológicos".

No entanto, durante fase de inspeção pré-abate um fiscal agropecuário encontrou o animal caído. Diante disso, o profissional enviou o bovino para um abate de emergência, conforme determina o protocolo. "Com esse quadro, o animal não foi considerado apto ao abate de rotina, sendo direcionado ao abate de emergência e submetido à colheita de amostras para o teste de EEB", informou a Pasta. O animal não entrou na cadeia de alimentação humana.

Nos casos atípicos de "vaca louca", o animal contrai a doença espontaneamente, com o passar da idade. O caso atípico ocorre, em geral, em animais com idade acima de dez anos. No caso clássico, e mais grave, o animal contrai a doença normalmente por meio de ração à base de farinha de carne e ossos. Os casos clássicos costumam ocorrer em animais com idade de 2 a 7 anos. O Brasil nunca registrou um caso clássico do mal da "vaca louca".

Em meio aos temores de que países possam impor algum tipo de embargo à carne bovina brasileira se o caso for confirmado, as ações dos principais frigoríficos do País fecharam a quinta-feira em baixa na BM&FBovespa. Líder global na produção de carne bovina e com forte atuação em Mato Grosso, a JBS viu suas ações recuaram 2,37% na bolsa, cotadas a R$ 7,80.

As ações da Marfrig, que também atua no Estado, recuaram 1,18%, a R$ 4,17. Já os papéis da Minerva Foods caíram 2,14% ontem, para R$ 10,03. Apesar de ainda não operar frigoríficos em Mato Grosso, a Minerva anunciou em 2013 a aquisição dos ativos de bovinos da BRF, que ficam no Estado.

Há um ano e meio, a divulgação de um caso atípico da doença no Paraná levou vários países a proibir a importação da carne bovina brasileira. China e Arábia Saudita mantêm o embargo até hoje.

Fonte: Valor Econômico

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