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20/09/2015

Queda em supermercados mostra que retração chega à ponta da cadeia produtiva Queda em supermercados mostra que retração chega à ponta da cadeia produtiva

Sexta-feira, 18 de Setembro de 2015

Pelo sexto mês consecutivo as vendas do varejo brasileiro recuaram, apresentando o pior resultado para meses de julho da história (1%, em relação a julho de 2014), segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, divulgada nesta quarta-feira. Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entidade que presenta o varejo e administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o resultado já era esperado, levando em consideração os efeitos nocivos do aumento dos preços, do desemprego e do baixo crescimento dos salários dos trabalhadores.
Um dos piores registros veio do setor varejista de alimentos e bebidas, que apresentou quedas de 2,1% na variação anual, e de 1% na variação mensal. Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, quando os indicadores atingem com tanto peso esse setor, é porque certamente a retração já chegou à ponta da cadeira produtiva varejista.


- Os produtos mais dependentes do crédito como móveis e eletrodomésticos são os primeiros a serem afetados por conta da retração econômica. Já a queda no setor varejista de alimentos e bebidas mostra que o brasileiro já está reduzindo o consumo de produtos considerados básicos e normalmente pagos a vista - explica Pinheiro.

No resultado apresentado, houve queda em seis dois oito setores analisados.
- A retração é generalizada: está ruim para praticamente todos os segmentos - disse Pinheiro. Já as vendas no conceito ampliado (que inclui veículos e materiais de construção) tiveram aumento de 0,6%. Porém, segundo a CNDL, o resultado não muda a tendência de queda e não interfere na conjuntura de piora nas vendas para o fim do ano.

Consumidor que pesquisar pode chegar a ter economia de R$ 2.119,43 no Rio
O consumidor que souber pesquisar pode economizar até R$ 2.119,43 no ano, no Rio de Janeiro, apontou o 11º levantamento anual de preços dos supermercados brasileiros realizado pela Proteste Associação de Consumidores.

Essa economia anual para uma cesta de 104 produtos, de marcas líderes, ocorre se a opção for pelo estabelecimento mais barato do levantamento (Assai da Rua Francisco Real, 2050, em comparação ao local em que foram encontrados os preços mais altos da capital (Nossa Rede, da Rua Açaituba, 126). No caso de Niterói, a economia chega a R$ 964,00 no ano se a opção for pelo Guanabara da Rua Marechal Deodoro,360, em relação ao SuperPrix da Rua Gavião Peixoto, 123.

Neste período de inflação elevada, a pesquisa de preços pode fazer toda a diferença para a compra pesar menos no orçamento. A Proteste foi a 1.258 estabelecimentos, de 20 cidades brasileiras em 13 estados e mais o Distrito Federal, para levantar a situação. As redes de lojas de atacado foram as que ofereceram preços mais em conta.

O levantamento constatou que a rede Atacadão se destaca como a mais barata na maioria das cidades em que está presente, tanto para a Cesta 1, a mais completa e de produtos de marcas líderes, quanto para a Cesta 2.

Os preços médios das cestas nos últimos cinco anos chegaram a variar 42% no Rio de Janeiro, 52% em Pernambuco, 51%, no Ceará e na Paraíba, 50% no Rio Grande do Norte, no caso da completa, com 104 itens de produtos de marcas líderes.

Florianópolis foi a vilã de preços médios entre as 20 cidades pesquisadas. A compra de supermercado catarinense, tanto para quem não abre mão de produtos de marcas líderes de venda, quanto para a cesta com produtos mais baratos sai 11% mais cara do que no Espírito Santo, onde foi encontrado o menor preço médio para a cesta de 104 itens.

Em média, o consumidor do Rio de Janeiro gastou R$ 451,47, enquanto o de Santa Catarina desembolsou R$ 470,84 na compra dos 104 produtos da cesta composta de produtos de marcas líderes. No Espírito Santo, onde foi encontrado o preço mais baixo, o consumidor precisou de R$ 425,23 para adquirir esta cesta.
No Distrito Federal, a cesta completa ficou 21% mais cara do que em 2014. Já São Paulo foi o estado em que a cesta de produtos sem marca teve a maior variação em relação ao ano passado (16%).

No caso do Rio, por exemplo, foi constatado que a compra sai 28% mais barata no Mundial da Rua Conde de Bonfim, 7, em relação ao MiniMax, situado na mesma rua, nº 804. Em Niterói, a diferença era de 10% entre mercados situados na mesma Rua Gavião Peixoto: o Multimarket, o mais caro, e o SuperOrix, mais em conta.

As diferenças de preços para os mesmos produtos são grandes. No Rio de Janeiro, foi constatada diferença de 164% para o pacote de 100g do queijo parmesão Vigor. Foi encontrado por R$ 3,37 em um local, e por R$ 8,90 noutro mercado. E o pacote de 1 quilo do feijão carioca Máximo custava R$ 2,99 num local e R$ 6,79 noutro mercado, uma diferença de 127%. Em Niterói chegou a 100% a diferença no preço do tablete de 180g de chocolate ao leite da Garoto. Saía por R$ 3,25 num ponto de venda, e R$ 6,49 em outro local.

Foram simuladas duas cestas de compras, que equivalem a dois perfis de consumidor: uma com produtos de marca, outra sem marca (sem carne, frutas e legumes), com menores preços. Os pesquisadores agiram como consumidores à procura do menor preço, evitando os dias de promoções de alguns setores. O objetivo da Proteste é ajudar a economizar, pois o brasileiro gasta um terço do orçamento doméstico nas compras em supermercados.

Foram comparados os pontos de venda visitados para apontar o supermercado mais barato. E, tomando esse local por base, a indicação de quanto os demais são mais caros. A lista não traz os preços por produtos. Em vez de simplesmente citar preços, as tabelas mostram a comparação entre os estabelecimentos visitados: o ponto de venda mais barato recebe o índice 100; os demais, o índice proporcional ao custo de suas respectivas cestas. Com essa metodologia, foi possível ainda comparar as redes de supermercados, hipermercados, hard discount e lojas de conveniência.

Para calcular o custo de cada cesta, foi feita uma ponderação, levando em conta o peso de cada produto nos hábitos de consumo do brasileiro. Isso porque os produtos têm importâncias diferentes de consumo. As lojas mais bem classificadas são as que vendem mais barato os produtos mais consumidos.
Fonte: Monitor Digital