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07/12/2011

Declaração de PIS e Cofins será simplificada Mudança, ainda em estudo, reduzirá o custo das empresas e melhorará a forma de apresentação dos dados à Receita Federal

Célia Froufe e Renata Veríssimo, da Agência Estado
BRASÍLIA - O subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Caio Marcos Candido, informou hoje que será simplificada a declaração do PIS e da Cofins. Segundo ele, estão avançados dentro da Receita os estudos para mudar a legislação. "Vamos simplificar a forma de apuração para, no final, ficar com a mesma carga tributária", disse. Candido disse que os estudos ainda serão discutidos em outras áreas do governo. Só depois será enviada uma nova proposta de lei ao Congresso Nacional.
Ele acredita que o envio deve ocorrer em 2012. "É uma legislação muito complexa. Varia de setor para setor. Por isso, estamos elaborando uma legislação que simplifique o pagamento do PIS e da Cofins", disse em entrevista coletiva. Ele explicou que a atual declaração é complexa para as empresas trabalharem e dificulta a fiscalização do governo. O subsecretário disse que a mudança reduzirá o custo das empresas e melhorará a forma de apresentação dos dados à Receita Federal.

Declaração de IR para PJ será extinta a partir de 2014 Objetivo não é reduzir impostos, mas evitar o envio duplicado de dados; Fisco passará a receber todas as informações a partir do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) 06 de dezembro de 2011 | 16h 08

Célia Froufe e Renata Veríssimo, da Agência Estado
BRASÍLIA - Para simplificar o envio de dados e reduzir custo das empresas, a Receita Federal decidiu extinguir oito declarações para Pessoa Jurídica. O fim da obrigação do envio da Declaração de Informações Econômico-Fiscais de Pessoa Jurídica (DIPJ) será a partir da entrega das declarações de 2014 (ano calendário 2013) para as empresas de grande porte que utilizam o sistema de lucro real, como os setores automotivo e da indústria química.

Segundo Candido, o processo terá início pelas empresas que declaram pelo lucro real porque estas precisam apresentar um número maior de informações que as demais, o que eleva o custo para as companhias. Além disso, por ser um número menor, a Receita testará o sistema com menos empresas. "A chance de dar problema é menor", explicou. "O maior problema é no lucro real", disse. As empresas de lucro real, embora em número menor, representam cerca de 80% da arrecadação federal.

A decisão da mudança pela Receita foi feita porque há hoje uma sobreposição de informações. O subsecretário deixou claro que não se trata de reduzir impostos, mas apenas o envio duplicado de dados. "O conjunto de informações continuará o mesmo. Ou já os temos os dados ou eles não são mais necessários para controlar a arrecadação", continuou. A intenção, conforme Candido, é melhorar o ambiente de negócios e do custo Brasil.

Ao extinguir a DIPJ, a Receita passará a receber todas as informações a partir do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Hoje, alguns dados fornecidos pelas companhias já chegam ao governo por meio desse instrumento, como notas fiscais eletrônicas trocadas no atacado, contabilidade digital das pessoas jurídicas e escrituração fiscal digital do IPI, entre outras.

Como o Sped não possui hoje todas as informações necessárias, outras informações serão solicitadas aos contribuintes e passarão a constar nesse sistema. "Migraremos da DIPJ para dentro do ambiente Sped. Não podemos abrir mão de informação sem a garantia de que a obteremos por outro meio", disse Candido. "Queremos simplificar para as empresas, colocar tudo em um só canal", acrescentou. De acordo com ele, caberá à Receita a agregação anual das informações passadas pelas companhias.

A mudança implicará, de acordo com o subsecretário, em impactos na fiscalização. "As informações serão mais ágeis e isso facilita o controle de fiscalização. Não abriremos mão de informação à toa. Só vamos trocar a fonte de informação."

Além da extinção da DIPJ, a Receita anunciará também o fim da obrigação da entrega de Declarações de Informações Fiscais (DIF) para alguns setores específicos. O primeiro será para o segmento de bebidas, que deverá sair esta semana por meio de Instrução Normativa.

Outro documento que também será extinto, conforme adiantou o subsecretário, será o do Imposto Territorial Rural (DITR) relativo aos imóveis imunes ou isentos. Entram neste âmbito os terrenos voltados para a agricultura familiar, por exemplo. "Estamos fechando os demais setores e as informações serão anunciadas ao tempo delas."

01/12/2011

Padarias mudam para crescer


Segmento busca diversificar a oferta de produtos e serviços para enfrentar concorrentes ferozes
As padarias não são mais as mesmas. Para crescer, essas pequenas empresas romperam com o modelo tradicional de negócios e ficaram fortes para concorrer, inclusive, com os supermercados. A estratégia adotada foi ampliar a oferta de produtos e serviços para com isso manter o cliente dentro do ponto de venda. Deu certo. Hoje, o setor orgulha-se de apresentar índices de crescimento acima de 10% ao ano.
E para manter a elevação das receitas, o grande desafio das padarias atualmente é diferenciar cada vez mais os serviços oferecidos aos consumidores, afinal, quando o assunto é panificação, a concorrência é pesada e chega de todos os lados.
Existem 64 mil padarias espalhadas por todo o Brasil, segundo dados coletados pela Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). São 12,7 mil apenas no estado de São Paulo. Acrescente a essa conta mais 81 mil supermercados (2,4 mil em São Paulo), afinal, desde o começo da década, esses estabelecimentos oferecem aos consumidores, e em quantidade cada vez maior, bolos, pães, doces e afins.
"A padaria pode ser uma opção muito interessante de investimento. Porém, esse não é um mundo para amadores. É preciso preparo, tempo e interesse para operar um canal complexo e que precisa manter muitos serviços ao mesmo tempo. Caso contrário, as chances de sucesso são pequenas", explica Carlos Perregil, vice-presidente do Sindicado dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan-SP).
Na prática, ele quer dizer que o padeiro de hoje não pode virar as costas para os tradicionais pão com manteiga e café com leite do passado. Contudo, para garantir margens mais polpudas no final do mês, serviços com maior valor agregado podem e devem constar do plano de negócios da empresa.
"O pão ainda é adquirido por 94% das pessoas que entram na padaria. Mas o bufê de café da manhã, lanches e pequenas refeições ao longo do dia são procurados por 49% dos clientes", conta Enzo Donna, diretor da consultoria ECD Food Service.
Luis Alberto Siso sabe muito bem disso. Sócio da panificadora Maria Louca, localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, o empresário conta que ofertar aos consumidores serviços diversificados e produtos de marca própria foram, justamente, as duas principais estratégias para a configuração do empreendimento, lançado há dois anos.
"Hoje, 70% dos nossos clientes querem consumir aqui dentro mesmo. Eles nos procuram por causa de nossa lanchonete, café da manhã, jantar ou rodízio de sopas. Mas sempre levam alguma coisa para casa. Por isso, oferecemos uma lista de opções que vai de pães e brioches embalados de todos os tipos até massas frescas e molhos", diz Siso.
Três tipos
Atualmente, é possível dividir as padarias em três formatos. O pequeno negócio tem faturamento até R$ 150 mil e conta com no máximo 25 funcionários; os estabelecimentos de médio porte faturam até R$ 300 mil e empregam entre 30 e 50 colaboradores; e existem no mercado as grandes padarias.
Nessa última configuração, os estabelecimentos costumam faturar R$ 2 milhões ou mais e empregar 100 pessoas. Porém, seja qual for o formato, fica a dica: a padaria será saudável se conseguir render margens entre 10% e 20%. "O lucro não está na conveniência, na venda daqueles itens processados por grandes empresas. Está na transformação, naquilo que você prepara e comercializa, como refeições, doces e sucos", afirma o presidente da Abip, Alexandre Pereira.
João Diogo, sócio da Cepan, padaria há 43 anos instalada no bairro paulistano da Vila Zelina, concorda. "Aqui, tirando os refrigerantes e sucos enlatados, a gente fabrica quase 100% do que vende." Até o final da década de 70, entretanto, a Cepan ocupava um espaço de 60 metros quadrados e operava no modelo tradicional.
A mudança ocorreu quando os donos decidiram incrementar o portfólio do negócio. "A gente queria fazer panetone e vender para as empresas darem como brinde de final de ano. Era uma forma de aproveitar uma demanda temporária e ampliar os lucros", lembra Diogo.
A iniciativa deu tão certo que, hoje em dia, a empresa administra a marca Village, uma das principais fabricantes de panetones do Brasil. "A padaria é, acima de tudo, uma indústria. O panificador que souber trabalhar bem essa característica tem um grande negócio em suas mãos", finaliza o empresário.


Veículo: O Estado de S.Paulo

Vendas do setor acumulam alta de 3,92% até outubro

As vendas reais do setor supermercadista em outubro de 2011 cresceram 4,71% em relação a setembro, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, divulgado hoje (30) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em entrevista coletiva para a imprensa. Em comparação com outubro de 2010, a alta real foi de 1,46%. No acumulado dos dez meses de 2011, as vendas do setor supermercadista alcançaram alta de 3,92%, na comparação com igual período de 2010. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA do IBGE.
Em valores nominais, o Índice de Vendas da Abras apresentou crescimento de 8,54% em outubro em relação a outubro de 2010 e alta de 5,16% sobre setembro deste ano. O acumulado nominal, de janeiro a outubro de 2011, chegou a 10,83%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“As vendas do setor vem se mostrando estável, apesar de ter ocorrido uma ligeira desaceleração em outubro. Para este final de ano, acreditamos que as vendas deverão se manter aquecidas. O governo tem adotado medidas para incentivar o consumo", diz o presidente da Abras, Sussumu Honda.

AbrasMercado: Cesta de 35 produtos de largo consumo cresce 1,15% em outubro
Em outubro, o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, pesquisada pela GfK, apresentou alta de 1,15%, em relação a setembro deste ano. Já na comparação com outubro de 2010, o AbrasMercado apresentou crescimento de 8,11%, passando de R$ 286,70 para R$ 309,95.
Os produtos com as maiores altas em outubro, na comparação com setembro, foram: cebola (5,08%); carne dianteiro (3,98%); e batata (3,18%). Já os produtos com as maiores quedas no último mês foram: tomate (-4,18%); xampu (-2,41%); e biscoito maisena, (-2,09%).